É à noite que é belo acreditar na Luz.

E pronto. Faltam pouco mais do que 24 horas para que 2009 acabe. E que posso eu dizer acerca deste ano? Foi um ano que começou em viagem, literalmente. Começou com sonhos e esperanças e desejos. Começou com uma despedida, e com lágrimas. Estas de triste saudade. Começou com a vontade que o tempo passasse rápido. Haverá maior ironia que esta? No seu decorrer, o verbo esperar tornou-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transformou-se numa estação de comboios, cujo vento anuncia a chegada antes do alcance do olhar. Passei por distancias extremas. Vivi a prova de fogo. E este amor de espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que seja ele seja possível. E foi o que fiz. Porque é mais fácil esperar do que desistir. Porque é mais fácil desejar do que esquecer. Porque é mais fácil sonhar do que perder. E assim foram, os 6 primeiros meses do ano. Longos e intermináveis, numa luta constante. Fui incansável nos meus esforços. Fiz viagens impensáveis, sacrifícios, tudo.... Vivi surpresas boas, e outras não tão boas. Mas fui vivendo. Foi um ano difícil. Desmoronou a meio, e perdi as forças para continuar. Bastou uma enorme desilusão para deitar por terra tudo o que aguentei, tudo o que idealizei, tudo o que acreditava e confiava. Foi uma desilusão demasiado forte, e ainda hoje procuro voltar a encontra-me. Mas coisas boas também aconteceram. Novas amizades surgiram. E muito importantes. E por isso quero lembrar-me deste ano pelas boas pessoas que trouxe à minha vida, e não pelas más, porque essas já não fazem parte. Está na altura de fechar portas e abrir janelas, para que possa entrar frescura na minha vida. E nada melhor que o novo ano que aí vem.

Os amigos são o melhor tesouro que podemos ter, e eu, agradeço a todos os que sempre estiveram comigo a apoiarem me durante mais este ano que passou, e desejo que todo eles permaneçam comigo sempre e sempre, para que juntos possamos festejar esta caminhada pela vida. Venha daí o novo ano. Porque eu quero viver, e viver com força, tudo o que esta vida tem para oferecer.

É à noite que é belo acreditar na luz. Bom ano 2010.

Está na altura de secar as lágrimas.

Não há estrelas no céu.

"Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho,
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinha.

A primavera da vida é bonita de viver,
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr'a me tramar!

Vou por aí às escondidas, a espreitar às janelas,
Perdida nas avenidas e achada nas vielas.
Mãe, o este meu ultimo amor foi um trapézio sem rede...."

Já passou algum tempo, e tão pouco tempo parece que passou. Dói saber que vais voltar. E eu estou cansada de me fazer de forte. Eu não sou forte. Quero chorar, gritar, pedir ajuda. Sinto-me sem forças. Sem forças nenhumas. Ando aqui como se não andasse.

Feliz Natal.

Quero tanto esquecer-te. De uma maneira perecida a querer arrancar as crostas de uma ferida ainda não sarada. De tal maneira, que até a minha alma se encontra em carne-viva.... Um absurdo. Custa a crer, mas é verdade quando se diz que afinal tão curto acaba por ser um amor e tão longo é o seu esquecimento. Tão longo. Tão longo....

"Um dia vou esquecer-me de me lembrar de ti. Vou esquecer-me do mal que me fizeste. Vou esquecer que gostei de ti. Um dia vou esquecer que eras a minha luz. Vou esquecer que estou magoada. Vou esquecer o que é ter saudades tuas. Vou esquecer o calor quente do teu abraço. Um dia vou esquecer que foste o amor da minha vida. E a maior desilusão de sempre também. Sim, um dia vou esquecer que penso em ti. Vou esquecer a dor que me causaste, o trauma que me impuseste. Vou esquecer que me traíste. Vou esquecer que te amava. Um dia vou esquecer. Porque esquecer é necessidade. E se sou esquecida, devo esquecer também, pois o amor é feito espelho: Tem que ter reflexo.... E tu, tu optaste por fazer com que eu tivesse que te esquecer."

De sol a sol, vou contando luas tristes.....

Sometimes solutions aren't so simple.
Sometimes goodbye's the only way.

O dia em que te esqueci.

«Quando amamos alguém, não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do peito e depois, quando volta, já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. Às vezes volta maior, se o amor foi feliz, outras, regressa feito numa bola da de trapos, é preciso reconstruí-lo com paciência, dedicação e muito amor-próprio. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida, na vida de quem não quis ficar do nosso lado.»

Uau. Tenho mesmo que ler este livro.


Excerto do livro de Margarida Rebelo Pinto, "O dia em que te esqueci".

"(...) Os homens são como o chocolate (...) sedutoras tentações, disponíveis em infinitas variações. Algumas especializavam-se em parecer dulcíssimos à primeira trincadela (...), só para depois revelarem o travo amargo da vertente mais escura. "

Quero o que não quero.
Não quero o que quero.

Alguém entende isto? Não sei de mim.