quinta-feira, 5 de agosto de 2010

É preciso arrumar o que ficou para trás. O tempo, esse, é desmesuradamente extenso, e o limbo é o risco que dele advém. E acho que é lá que tenho estado a viver, sem eu própria saber. No limbo. Nisso que nem é paraíso, nem é inferno. Nesse sitio que é feito de tudo e nada. De tudo e nada simplesmente. E onde está a porta da saída? A porta da despedida? Aquela que está algures perdida na infinidade do meu ser e que teima em permanecer incógnita? Por vezes sinto picos que atordoam e uma vontade irreprimível de voltar a escrever toda a história, a minha história. Será que assim iria doer menos? Se eu apagasse de mim esta ferida que não sara? Tolices. A verdade é que há feridas que nunca irão sarar, não vale a pena tentar inventar receitas mágicas ou palavras de consolação. Esquecer, será que se esquece? Talvez. Mas nunca se deixa de lembrar que se esqueceu, porque apesar de tudo, o passado nunca reconhece o seu lugar, pois ele está sempre presente. E que faço eu a esta tristeza que secretamente me tem vindo a espinhar o coração? Então mas, porque não consigo eu avançar, quando quero tanto fazê-lo?

1 comentário:

  1. O céu? Fechou para férias no mês de Agosto. O Inferno está fechado para obras. O limbo... teve de fechar por falta de licenciamento... a Asae tratou do assunto.
    E agora... as almas onde moram? Nesta altura do ano... hóteis cheios... que tal parque de campismo? Hum... também não... que tal à volta de uma fogueira? A mesma fogueira que servirá de lume... para fazer levantar o foguetão que irá levar esta alma gentil para outras paragens... porque nunca avançamos para nada de novo, nunca esquecemos o passado. Apenas dizemos adeus ao que lá foi... e desejamos novos desafios... e isto é apenas o que chamamos de coragem.

    ResponderEliminar