quarta-feira, 9 de junho de 2010

Eternidade. Nada é tão mais erróneo. Porque nada é para sempre. Por muitos sonhos que venham, muitas músicas cantadas, muitos desejos sentidos, nada. E se as coisas são reais a uma dada altura, quando acabam parece que o que aconteceu nem foi real. Mas foi. E as pessoas mudam tanto que, não dá para acreditar que o que passou, se passou dessa maneira. É tão estranho. Ver objectos, fotos, coisas palpáveis, que ao contrario do sentimento, não desaparecem no decorrer do seu fim.... E pensar "isto já fez parte de uma história, já teve significado, já aconteceu, e agora está aqui, apenas personificando algo morto, que acabou" tem tanto de estranho como de assustador. Sim, assustador, porque como é possível que as pessoas mudem tanto que já não haja espaço para fazer corresponder as memórias com o que hoje há e resta? E fico a pensar, que quanto mais juras de amor se fazem, quanto mais 'amo-te se dizem, quanto mais se ama, menos se realiza, menos se efectiva, menos dura. Porque eu olho para trás e não conheço as pessoas. Não conheço as pessoas que me prometeram amor, que me fizeram juras, nem muito menos conheço aquelas que me amaram. E como isso pode ser tão paradoxal? Ir do zero ao 100, e do 100 ao zero. E depois nada. Vazio. Quem és tu? Não te conheço. Ah... espera! Já sei! Amei-te e tu amas-te me, não foi? Então é daí. Mas agora desconheço de ti. Vou continuar deste lado do passeio. Não, faço questão. Não preciso de me cruzar contigo, ou se cruzar, pouco importará, porque não te conheço. Já não te conheço.

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