
Alcançamos, desejamos. E é um ciclo vicioso. É isso que nos faz acordar todos os dias e faz girar o mundo. Será possível estarmos em plena satisfação, não importando o quanto temos ou o quanto nos falta? Às vezes, em momentos da nossa vida, temos tudo e não nos apercebemos. Porque queremos sempre mais, e aquilo que temos não é suficiente, nunca é. Será porque, no fundo, nunca sabemos bem o que realmente queremos? E quando temos tudo e sabemos que temos, mas sentimos que não queremos? Complicado. E o engraçado é que nós, seres humanos, podemos até precisar de muitas coisas para nos sentirmos vivos, mas apenas precisamos de algo para estarmos realmente vivos. Um coração. Precisamos de um coração que bata. E manda o instinto fazer tudo para salvaguardar o seu constante batimento. Não dá para controlar o instinto, ou será que dá? Normal que haja escudos que não se vêem. E por mais tolo que pareça, a verdade é que só conseguimos ver bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos. E é o tempo que dedicas a alguém que o torna importante. Que o torna importante.... Como eu gostava que as coisas simples nos invadissem e que somente elas nos fizessem mover! Algo tão simples como falar apenas com uma troca de olhares. Sentir o coração bater com um abraço. O transpirar de mãos dadas. O sal da pele. O cheiro. Querer a lua deitados na praia. Ouvir o mar de olhos fechados. Sentir o frio da areia nos pés. Sentir o escuro da noite. Sentires-me. Eu, tu, um filme e uma fatia de bolo de chocolate. Um abraço apenas. Um beijo, e... borboletas na barriga.